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Histórico EREP

BREVE Histórico do Encontro Regional de Estudantes de Psicologia do Norte e Nordeste (EREP-N/NE)

          

Debora Linhares (2008) em relato sobre o surgimento do EREP N/NE diz que a ideia de fazer um encontro regional veio, inicialmente, no XVIII ENEP (Encontro Nacional de Estudantes de Psicologia) Aracaju/SE, realizado em 2003, porém, neste momento ainda idealizado apenas pelos estudantes do Nordeste. Contudo, foi no ano de 2005, no XIX ENEP realizado em Vitória/ES durante as “Reuniões das Regionais”, quando os estudantes do Nordeste estavam reunidos, que ocorreu uma “pequena” mudança na discussão da construção deste encontro regional. Desta vez, estavam presentes os estudantes do Pará (representando a região Norte) intervindo para que tal encontro se tornasse não apenas o encontro regional do Nordeste, mas um encontro de ambas as regiões: Norte & Nordeste.

Depois desse momento no ENEP Vitória, foram realizadas as primeiras reuniões presenciais de articulação (ocorridas em Salvador/BA e em Campina Grande/PB) e virtuais tanto para definir onde se realizaria o I EREP N/Ne quanto para construí-lo. “Assim deu-se início a uma nova forma de conceber os encontros estudantis de Psicologia, onde não apenas quem sediava o encontro era responsável pelo mesmo, e sim se tentando cada vez mais aproximar-nos da construção do encontro e instigando-nos a discutir assuntos que nós próprios --  estudantes --  tenhamos como importantes serem discutidos.” (LINHARES, Debora. 2008)

Assim, com o objetivo de promover a interação e o reconhecimento entre os(as) estudantes de Psicologia dessas regiões, e de integrar o caráter acadêmico-político-cultural em uma forma dinâmica de encontro, o I EREP, que aconteceu em Campina Grande/PB, no campus da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), teve como tema “A Psicologia e o Norte e Nordeste: Qual a nossa cara? – Conhecer e Dialogar”. Conseguiu realizar trocas de experiências e saberes, buscando a promoção de uma Psicologia mais crítica e problematizada regionalmente.

Esse encontro, que contou com aproximadamente 400 participantes de diversas Instituições de Ensino Superior, além de promover uma maior articulação do Movimento Estudantil de Psicologia (MEPsi) Paraibano, foi responsável por um intenso compartilhar de contatos, experiências, conhecimentos, vivências e sensibilizações que geraram bons frutos. Esse encontro conseguiu apresentar atividades acadêmicas, políticas e culturais – Mostras Científicas, Grupos de Discussão e Vivência, Oficinas, Apresentações Artísticas, entre outras atividades – integradas de forma dinâmica e enriquecedora.

Após o primeiro encontro, consensualmente foi decidido que o estado do Pará sediaria o seu segundo ano pela necessidade de uma maior aproximação dos(as) estudantes de Psicologia do Norte, uma maior articulação do movimento estudantil do Pará, e por apresentação de melhor estrutura. No processo de construção desse encontro, que manteve as concepções da primeira edição, começou-se a em novas formas de estruturação, que tinha como proposta um modelo mais participativo, onde hoje é buscada a autogestão.

Ocorreu assim o II EREP: “Psicologia e Sociedade: Tirando as máscaras – Quais as nossas realidades?”, que contou com a participação de 530 pessoas e foi responsável por uma grande e bem-vinda movimentação da Psicologia do Pará. O encontro, e seu potencial mobilizador, conseguiu trazer esse estado “mais para perto” a partir da grande troca de realidades. Houve também uma grande exposição e troca de material acadêmico, político e cultural, o que atuou como um grande reavivador das energias para a manutenção desse processo.

Em reunião proposta ainda no encontro Caruaru, em Pernambuco, foi escolhida para sediar sua terceira edição. O local indicado é o Centro de Formação Paulo Freire, situado na Fazenda Normandia do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), por ser um espaço destinado a receber encontros e cursos de formação do MST, dispõe de uma grande estrutura física própria para realização de um evento do porte do EREP N/NE.

Com o tema “Psicologia e Movimentos Sociais: Compartilhando Saberes e Articulando Ações” e com a participação de 370 estudantes buscou-se uma maior proximidade com outros movimentos sociais, que propiciasse ao movimento estudantil se reconhecerem como tal. Outro importante aspecto que o local estimulou, tanto pela estrutura quando pelo contexto cultural pelo qual foi idealizado, foi a possibilidade da autogestão que vinha amadurecendo no coletivo.

Em uma reunião posterior, em Salvador, foi decidido pelo coletivo de estudantes que o IV EREP deveria ser em Porto Velho-RO, para se fortalecer as articulações estudantis e se discutir a Psicologia no contexto do Norte dos pais, bem como discutir a temática “Psicologia e Meio Ambiente: nossas faces sócio-culturais”. 

O quarto encontro contou com 270 estudantes e caracterizou-se por grande participação do norte que adentrava no formato que o encontro vinha tomando, proporcionou também uma reflexão sobre a diversidade cultural do nosso país e região, nos fazendo pensar em como se dá o processo de formação de psicólogos nas mais diversas localidades. Em seu ultimo espaço “Compartilhando Saberes e Articulando Ações” foi escrita uma carta sobre as movimentações de Belo Monte demonstrando a maior implicação do/no encontro. 

Logo após, durante a presencial de João Pessoa/PB, ficou decidido que o V EREP N/NE seria realizado na cidade Sobral, que sofria/sofre com o processo de interiorização descontextualizado do curso, trazendo assim temática seria “Formação em Psicologia no Norte e Nordeste: pensando caminhos e construindo novas realidades”. O encontro foi constituído por 300 estudantes e passou por grandes resistências para sua execução e contou com um rico espaço de aprofundamento e conhecimento dos estudantes das propostas de mobilização do coletivo.

Em presencial realizada em Campina Grande/PB foi decidido que o VI EREP N/NE seria na Bahia, na cidade de Salvador, tendo como tema: “Psicologia, sociedade e autogestão: construindo identidades a partir da coletividade”. Nessa edição do evento dialogamos sobre a perspectiva autogestionária de posicionamento da Psicologia frente à construção das transformações sociais, partindo de discussões com a base e produzindo mudanças radicais no encontro, como a ampliação das ações de cunho coletivo e a corresponsabilização de todos os presentes pela estrutura orçamentária do evento, haja vista complicações ocorridas por conta do número de participantes (em cerca de 450) inferior ao esperado. Com isso, ademais o problema o anterior, o Movimento Estudantil de Psicologia da Bahia recebeu uma forte dose de energia, quebrando antigas brigas internas ao estado e produzindo uma aproximação entre estudantes de várias Instituições de Ensino Superior (IES).

A reunião de avaliação do VI EREP N/NE ocorreu em Natal, em dezembro do mesmo ano, e após muitas discussões, reapreciações e reflexões do coletivo organizador do encontro decidiu que o VII EREP N/NE seria sediado no Vale do São Francisco, na comunidade da Ilha do Massangano o que fez com que esse encontro tivesse um caráter diferenciado tanto em estrutura quanto em concepções.

Em reunião presencial realizada em abril, em Aracaju, juntamente com algumas pessoas referências da comunidade da Ilha do Massangano ficou pactuado que a temática do VII EREP N/NE seria: “Pisando na terra: no compasso do samba os saberes se encontram”. Durante o encontro repensamos de maneira mais intensa a nossa compreensão de autogestão e as atitudes possíveis de fazer dessa questão um algo mais prático, mais efetivo. Além disso, foi possível pensar as aproximações necessárias entre a classe estudantil e as classes marginalizadas, fortalecendo a Psicologia Social Comunitária. Outro ponto alto foi o diálogo/troca de saberes com os moradores da comunidade, produzindo momentos mobilizadores e instigadores nos participantes do encontro.

Em janeiro do ano seguinte nos encontramos na Vila do Estevão, em Canoa Quebrada/CE, onde avaliamos o VII EREP N/NE e começamos a construir a próxima edição. Seguimos na organização, e tivemos a confirmação que a sede do VIII EREP N/NE seria a cidade de São Luis – MA; e em reunião presencial na cidade de Belém/PA em abril de 2012, onde entramos em consenso que o seu tema seria “Psicologia e Política: Contradições e aproximações – De Atenas a Jamaica”. Com este tema procuramos questionar a posição política da Psicologia, tendo como foco a dominação imposta pelo Estado, as dominações que nós mesmos reproduzimos cotidianamente e os afastamentos políticos e geográficos que dificultam a articulação de movimentos sociais; observando com isso o cenário político de dominação que a cidade-sede apresentava em suas diversas identidades que coexistem.

Neste VIII encontro foi possível um grande crescimento das articulações entre os estados, o que possibilitou a motivação para a realização de um antigo desejo do coletivo paraibano que propõe hoje a cidade de Areia como sede da IX EREP N/NE.

Então, em 2013 ocorre - no campus da UFPB, na cidade de Areia - o IX EREP N/NE. A temática do ano foi "Contra-hegemonia Psi - Movimentos de Resistência, Luta pela Terra e Cultura Popular". Questões que estavam sendo plenamente discutidas pelos estudantes da região e que casaram perfeitamente com a proposta do EREP N/NE em se aproximar dos movimentos sociais. Neste encontro, banhado de cultura e interação com a comunidade, foi discutido o papel da psicologia enquanto ciência que contribui com a autonomia dos povos, através da problematização de processos hegemônicos que emperram o pleno desenvolvimento comunitário e cultural.

Esse ano de 2014 o EREP N/Ne completa 10 anos e pretendemos possibilitar espaços vivenciais e dialógicos sobre a dimensão da amorosidade. Aprofundando esse posicionamento do nosso coletivo e dos que entrarem em contato com os movimentos gerados por esses espaços a partir da compreensão do amor como político. Ou seja, amar é estar conectado com a realidade circundante. É contemplar as belezas dos movimentos de vida e se indignar com as opressões dos movimentos de morte. A partir dessa indignação é lutar para a superação das diversão opressões. Com isso, sinalizamos esse trajeto e posicionamento sobre o amor a partir do lema de Belchior: “Amar e Mudar as Coisas Interessa Mais!”.

 

Vale também ressaltar que a cada reunião presencial, que ocorrem quatro vezes por ano, contando o próprio encontro como uma delas, são problematizadas e discutidas diversas questões tanto para a formulação do encontro como também na construção da psicologia e da sociedade; como cursos de formação política, grupos de discussão, espaços de vivência, dentre outras onde o coletivo é confrontado com as questões a serem trabalhadas e possibilitando um grande espaço de formação.

Além destas, com frequência de necessidade também são realizadas reuniões virtuais através de redes sociais e é utilizada uma lista de emails (erepnne@yahoogrupos.com.br) e um grupo no facebook para sua construção e concentração de discussões, possibilitando também a aproximação dos que querem contribuir sem estar participando da construção; fortalecendo assim a atitude de corresponsabilização.